E pronto. Nada de novo. Faz frio, mas o sol brilha. Valha-nos os passeios planos e a ausência da calçada portuguesa. Discute-se o jantar, passa-se a ferro, deita-se a criança. Sai-se cedo, trabalha-se de casa durante o dia e ao serão. Há aulas de catalão às segundas, quartas e sextas. As horas úteis do dia são todas milimetricamente contadas e dedicadas a tarefas. As horas nocturnas têm o destino que a Isabel lhes quiser dar. Limpa-se dedadas de chocolate dos livros e dos vidros. Aprendem-se coisas novas todos os dias, das duas línguas que por cá se falam a coisas tão pouco relacionadas com o panorama doméstico como neural networks ou análise de dados fisiológicos. Mudam-se fraldas e ensina-se que o sítio do cocó é na sanita. Ás vezes dá para parar uns minutos e relembrar os dias gloriosos em que às sete da tarde me podia esticar no sofá e ler um livro que não tivesse de ler. Então ou vem um choro, ou começa a queimar o jantar. As memórias dissipam-se imediatamente e a rotina recomeça.
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