E foi assim. um computador dos bons, um Mac Book Pro em cima do sofá, a dar
o parvo do Ruca. Um biberão cheio de papa. A Isabel. Uma casa de banho. A ausência
da mãe por um segundo. E foi então que aconteceu. O flagelo. O sacrilégio. A
provocação. O acto maior de desafio ao meu amor e dedicação plena e
incondicional. O teclado afogado em papa. Letras que uma a uma diziam adeus à existência e encontravam a eterna paz submersas na imensidão da mistura do
leite com farinha láctea. Primeiro o M, o E depois o R o D
e o A e um ponto de exclamação a seguir. Olhar-lhe para os olhos. Mas
olhar bem no fundo daquela alma de 87 centímetros e evocar todas as razões e
mais alguma para não me tresloucar. Ir buscar um disco à pressa e salvar o que podia ser salvo, enquanto os últimos estalidos do
computador revelavam uma aproximação ao fim, ao túnel e à famigerada luz que lá há ao fundo. Nervos. Barriga a doer. Lágrimas nos
olhos. A imagem de mais de mil euros afogados em papa. Respira. É só um bebé. Respira. É a tua filha. Respira. Ela não sabe o
que faz. Resp.... pápa mãe. HEIN?! AHAHAH. O Ruca mãe, a
Bel deu papa.
O Ruca. Sempre o parvo do Ruca. A minha intuição. Afinal havia um bom
motivo para nunca ter conseguido gostar dele.
Ri à gargalhada, li em voz alta à minha filha, revi-me letra a letra....e adoro a tua escrita e qq dia já tens para um livro de contos.
ResponderEliminarOh meu deus.... que valha para um dia ter o distanciamento para poder rir tb. :)
ResponderEliminarVais ter minha querida e com ela, garanto-te! Fazes lá ideia do que ainda ela terá para descobrir....vais ter fúrias, risos, lágrimas, sustos e tudo amando muito e sendo muito amada. (fala a voz da experiência que tem 3 mas um deles vale, ainda vale, por vinte). Beijos imensos "com tudo dentro" à protagonista e a ti.
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