Ai, quem me dera (Vinícius de Moraes)
Ai, quem me dera terminasse a espera
Retornasse o canto simples e sem fim
E ouvindo o canto se chorasse tanto
Que do mundo o pranto se estancasse enfim
Ai, quem me dera ver morrrer a fera
Ver nascer o anjo, ver brotar a flor
Ai, quem me dera uma manhã feliz
Ai, quem me dera uma estação de amor
Ah, se as pessoas se tornassem boas
E cantassem loas e tivessem paz
E pelas ruas se abraçassem nuas
E duas a duas fossem casais
Ai, quem me dera ao som de madrigais
Ver todo mundo para sempre afim
E a liberdade nunca ser demais
E não haver mais solidão ruim
Ai, quem me dera ouvir o nunca-mais
Dizer que a vida vai ser sempre assim
E, finda a espera, ouvir na primavera
Alguém chamar por mim
Ai quem me dera começar todos os dias com poesia.
ResponderEliminarHoje li ao calhas um poema de Baudelaire e dei-me muito mal, porque afinal era um no fundo um grande sadico e aquele momento de "luz" não me correu nada bem. Tenho que me virar para os brasileiros urgentemente, estou a ver, são muito melhor onda. Obrigada pela lembrança Rita de Barcelona.
Os brasileiros têm o dom de dizer o indizível com as palavras mais simples, e o Vinícius, para mim, é dos melhores poetas do mudo. Também me faz muito bem, Carla de Paris. Já agora ficas a saber que vou aí em Julho, estarás?
ResponderEliminarLeia.se mundo em vez de mudo :-)
EliminarEspera, uma pequena esperança acabou de nascer : eu apanho o avião para a "nossa" terra a 7 de Julho. Quando é que chegas à cidade da luz exactamente ? Nota-se muito que te quero levar a dançar ?
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