Era feriado, o dia até estava bom. A testa da minha filha arrefecia, o sol estava quente, o mar calmo. A vida corria sem sobressaltos, sem grandes alegrias, sem grandes tristezas, um decorrer de horas quase enfadonho que confirmava a previsibilidade dos hábitos que se instalam. E então ela apareceu. 28 anos, como eu. Bonita, cheia de pinta, lábios grossos, alta, magra, divertida, comunicadora. Há uns anos resolveu tentar a sorte noutro continente, arranjou emprego, namorado, casa, planos para uma vida perfeita. Sorriso fácil, voz doce e baixa, quase sussuro. É educadora de infância e filha de amigos dos meus pais. Está de regresso a Portugal por tempo indeterminado. Motivo: cancro.
A minha idade. A vida a começar.
Merda para as tardes enfadonhas e para os hábitos instalados. A vida merece que se viva.
só da vontade de dizer palavrões. :( Ontem, nós nas urgências do Sta Maria, miúda com pulseira laranja*, demasiadas crianças doentes, a lembrança do blogosferico Rodrigo... E uma vontade muito grande de viver, e uma paradoxal vontade de mandar isto tudo às urtigas: um Mundo onde as crianças adoecem é estúpido. As melhoras da Bel!
ResponderEliminar*tudo ok!...
É mesmo... As melhoras da S. tb...
ResponderEliminar