Foi bonito. Vê-la, sangue do meu sangue, a levar a minha neta de plástico rua acima. Foi comovente ver como já há o instinto. A forma cuidadosa como a colocou no carrinho e a delicadeza com que a empurrava contra protegia das portas.
Ainda que precocemente, dei por mim a fazer castelos no ar sobre esse dia mais que sagrado em que a minha filha vai viver o mesmo que eu vivo desde que Ela nasceu.
Pus-me a imaginar detalhes, cheiros, risos.
Como vai ser, onde estaremos, o que vamos sentir.
Mas esse castelo no ar desmoronou-se subitamente, quando vejo a minha pobre neta de plástico sozinha no carrinho, em alta velocidade rua abaixo, abandonada pela mãe e trocada por um escorrega.
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