1/25/2014

a minha filha é isto ( e mais)

Li isto pela net (está mais em baixo, a seguir ao post), e identifiquei-me com cada afirmação. Quando engravidei, nunca na vida sonhei que dormiria com ela, desde o dia em que nasceu. Até comprei berço, colchão, as mantinhas a condizer com a cortina e sabe-se lá mais que apetrechos que nunca me serviram para coisa nenhuma. E que me acerte um raio se alguma vez sequer suspeitei que estaria a amamentar passados mais de dois anos.
Conheço algumas pessoas que também sentiram o mesmo, e vivem o mesmo.
A maioria das pessoas, porém, acha que sou meio hippie-freak ou com problemas em dizer 'não' à minha filha, quando, na sua essência, o que estou a fazer é deixar que a natureza diga quando e como este vínculo se vai alterar.
Antigamente as mães amamentavam até aos 6 anos. Os filhos iam chegando e elas davam mama aos que pediam, em escadinha, não havia dinheiro para leite de vaca e muitas vezes uma sardinha era o jantar de sete. Aí, o leite materno era visto como uma dádiva sagrada que permitia que as mães nutrissem os seus filhos com o que de melhor e de mais puro tinham, até que eles quisessem. (Que parvoíce a delas, será?)

Também fiquei a saber há pouco tempo que só pela época da revolução industrial é que se começaram a fazer casas com quartos separados para os filhos. Ainda hoje, em várias culturas orientais, os pais dormem com os filhos até que eles se sintam preparados para dormir sozinhos.

Tenho uma irmã e sei que ela quis dormir com os meus pais até muito tarde. Ao contrário, eu sempre quis dormir sozinha na minha cama, sem precisar que ninguém me adormecesse.
Os meus pais supriram as diferentes necessidades de cada filha com aquilo que cada uma necessitava. Como pode então haver uma fórmula mágica para todos os bebés? Porque é que a minha filha deveria estar a dormir num quarto sozinha se o que a conforta é dormir comigo?
E se a minha filha ainda precisa de mamar, porque é que a cada dois dias me estão a sugerir que ponha borras de café nas mamas para que ela as rejeite? O meu leite faz-lhe mal e o leite industrial de vacas geneticamente alteradas faz-lhe bem?
Não me preocupam, nem perco tempo a pensar, nas escolhas informadas das outras mães, a sério, importa-me zero que escolham dar de mamar a vida toda ou que nem queiram ter essa experiência, se for isso que desejam. Cada mãe é uma mãe, assim como cada bebé é um bebé.
A mim chateia-me é que a cada duas por três, pessoas que nem conheço vejam a minha filha a mamar e, como quem me vem perguntar as horas, perguntem a sua idade e ao confirmarem a suspeita de que já tem mais de um ano me bombardeiem com recomendações, sujestões e outras coisas que dão vontade de dizer palavrões.
Eu não vejo ninguém a ir dar conselhos aos pedintes da rua. Não vejo estas pessoas a opinar aos carteiristas sobre melhores formas de vida nem a ir dizer aos pais que estão colados aos telemóveis enquanto os miúdos fazem birras de meia-noite que ponham borras de café nos telefones e vão dar beijos aos rebentos. Então, porque é que não me deixam em paz? Se o leite das mães deixasse de ser bom um dia, as  maminhas vinham com prazo de validade.


"Não. Os bebés não são como nos é dito. Os bebés não gostam de dormir num berço. Rodeados por grades. Presos numa gaiola. Não. Os bebés querem dormir ao lado do corpo da sua mãe, quentes, seguros, protegidos, amados, tocados. Não. Os recém-nascidos não querem nem sequer estar numa posição horizontal. Eles querem dormir no seu peito, na vertical, balançando-se ao som do seu coração. Horizontalizados retardam a digestão, têm vómitos, bolsam, têm cólicas, assustam-se, sentem-se vulneráveis. Não. Os bebés não se acostumam aos braços: nascem já acostumados. Desde o início sabem bem o que é bom. Não. Os bebés não dormem toda a noite. Eles acordam a cada minuto. Para comer e para não comer. Para verificar se está ao seu lado e se se importa. Para certificar-se da sua presença, que é a sua segurança. Para tocá-la e cheirá-la. Não. Os bebés não querem ficar sozinhos. Eles não querem perdê-la de vista por um minuto, querem estar consigo no centro da vida. Não. Os bebés não querem brincar sozinhos num parque. Eles querem brincar consigo, sorrir, serem atendidos, treparem-te para cima, rastejarem pela sala. Não. Os bebés não querem beber leite de outra espécie. Eles querem o seu leite, que sabe a mamã. Não. Os bebés não querem chuchar todo o dia um pedaço de plástico. Eles querem chupar os seus seios, as suas pequenas mãos, os seus dedos... pele humana. Não, os bebés não querem que os vistam, nem que lhes coloquem tecidos que picam, nem brincos nas orelhas, roupas apertadas, fitas, rendas e outras coisas irritantes. Eles querem estar nus, correndo descalços, apreciando o toque da natureza na sua pele, estar pele com pele consigo. Não. Os bebés não querem ficar parados. Eles querem que se mova, que mexam neles, que os embalem, que ande, passeie e os leve consigo. Assim que eles podem, querem gatinhar, correr, saltar, explorar, chegar a toda a parte... Sim, os bebés são naturalmente curiosos. Eles querem e precisam tocar em tudo. Incluindo aquelas coisas que a vêem usar: comandos, relógios, telefones, computadores... A sua riqueza sensorial desenvolve-se a partir daí. Sim. Os bebés aprendem o que vivem. Se estão sempre a ouvir "não", estarão sempre prontos para dizerem não. Se tem medo de tudo, em breve terão medo de tudo. Não. Os bebés não são macro-exigentes. Nós é que somos micro-pacientes, micro-tolerantes, micro-disponíveis e micro-respondedores. Não. Os bebés não querem que os deixem. Eles querem ir consigo a todos os lugares, você é o seu exemplo, a sua segurança, a sua referência, o seu único universo. Goste ou não goste, assim são os bebés humanos, primatas, mamíferos. Se quiser confirmar, basta ter um. Nenhuma outra espécie desconhece e prejudica tanto as suas próprias crias. Se queremos um mundo um pouco mais humano, faríamos bem em entender isto. Não é como nos disseram "Eles são infinitamente melhores e mais inteligentes." Quem quer que visse estes filhotes diria: que espécie tão avançada! E como é que eles se tornaram no que são?" ( http://mimitosdemama.es/no-son-como-nos-lo-contaron/)

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