Acordamos juntos, como sempre, jantamos juntos, como sempre, rimo-nos, como sempre, e amamo-nos. Como sempre.
Não há prendas, nem jantares, nem postais que valham mais hoje que em qualquer outra parte do ano.
Mas é um dia que celebra o amor.
Um dia que me faz recordar que não é possível haver, dar, gerar ou receber sem que se celebre o amor primeiro. O amor por nós mesmos. Um amor tão delicado que requer atenção constante para que não esmoreça ou se distraia.
Hoje é um bom dia para me olhar ao espelho e dizer: amo-te. como sempre.
O mar azul e branco e as luzidias
Pedras – O arfado espaço
Onde o que está lavado se relava
Para o rito do espanto e do começo
Onde sou a mim mesma devolvida
Em sal espuma e concha regressada
À praia inicial da minha vida.
Pedras – O arfado espaço
Onde o que está lavado se relava
Para o rito do espanto e do começo
Onde sou a mim mesma devolvida
Em sal espuma e concha regressada
À praia inicial da minha vida.
Sophia de Mello Breyner Andersen
Inicial, p. 47
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