12/02/2013

uma mercearia do tempo da minha avó

Estas tais lojas de outros tempos, com este cheiro a chocolate à chuva e a café acabado de moer.
Com um sorriso à tua espera atrás do balcão, que te serve os produtos em sacos de papel e arredonda o peso das coisas sempre em teu proveito.

São estes tais lugares que ligam esta terra à minha e que me fazem sentir em casa, numa linha do tempo em que o regresso a casa significa regressar aos braços de pessoas que já cá não estão.
Passear pelas ruas da cidade cheias de gente e de carros, cheiro a lareira e a castanha assada, o nariz frio, gorro, cachecol e luvas. Chegar à cintura da minha avó, ver tudo pela mão dela, através dos olhos dela, sempre sem pressa, sempre como se fosse a primeira vez.

Foram tantas as memórias, e tão boas.
Foi voltar aos meus sítios favoritos, aos meus cheiros predilectos, às personagens da minha história de outros dias.
E afinal era só uma mercearia que estava aqui, no caminho para casa.








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