1/24/2014

OH MY BLOG! - A Mãe que capotou

-'Epá, diz lá ó Rita, se fosses parar à ilha deserta dos blogs, que blogs é que levavas?'

-'Epá, assim de repente não sei'

-'Vá lá, diz o primeiro que te vier à cabeça'

-'Não sei, a sério. Isto dos blogs favoritos é como os pais, gosta-se por igual'

-'Anda, chuta só um para ter uma ideia'

-'Pronto, levava o 'Mãe que capotou', e o...'

-'Obrigada, só precisava de um.'

Esta conversa tive-a com ninguém, num dia que nunca aconteceu. Serve só para vos dizer que o blog do OH MY BLOG de hoje é mesmo um grande blog, e que eu o levaria mesmo comigo para todo o lado. Chama-se A mãe que capotou, (http://apanhadanacurva.blogspot.com.es) e é um blog que podia ser um livro de crónicas ao jeito das do Lobo Antunes. E não, não estou a exagerar. Leiam por exemplo este post (aqui) e depois venham cá dizer que eu não sei do que falo. 


Nome: Carla R.
Idade: 39 anos


De que trata o teu blog?

O meu blogue não trata de nada, e talvez seja esse o seu grande problema. Por vezes, falo de algumas preocupações que tenho, mas nunca cheguei a tratar realmente de alguma coisa, para grande pena minha. Minto, não tenho pena nenhuma. O que é facto, é que, por enquanto, tenho ficado apenas nas intenções. 
De resto, não tem uma linha condutora. Não tem qualquer tipo de interesse para quem goste de coerência, organização ou soluções para a vida. Alias, penso muitas vezes que quem me lê deve ter problemas graves, não faço ideia porque é que o fazem. Afinal, espremido, o meu blogue não passa de uma quantidade incrível daqueles monólogos de que fugimos a oito pés. Sim, deve ser isso, o meu blogue seria na vida real uma daquelas pessoas que se sentam ao pé de ti no metro e não se calam. Não lhes perguntaste nada, mas elas acham uma boa ideia informar-te de como foram as suas férias, ou o que acham do estado actual do pais e tal, e tu limitas-te a fazer hum, hum. Mas no blogue tenho encontrado pessoas do mais bizarras possível, que chegam a tecer comentários e elogios, que eu interpreto como um "isso realmente interessa-me bastante, conta-me mais e com detalhes, continua, continua por favor".
Agora que penso melhor nisso, acho que quem me lê é realmente gente muito estranha. As vezes chego mesmo a marcar encontros com algumas das minhas leitoras, para ver se existem realmente, e bolas, acredita em mim, é gente mesmo muito "space". Boa gente, não digo que não, mas aquilo ali , há qualquer coisa que não bate certo.


Qual é a tua maior motivação para o manteres?

Os comentários. Quando um post meu não tem comentários, penso logo que devia era dedicar-me à agricultura biológica, ou às unhas de gelatina para cachorro. Se fosse para escrever somente para mim, escrevia num caderninho, daqueles agrafados com capa inspirada nos mosaicos portugueses. Existem tantos no mercado, todos uns mais giros que outros.


Já sentiste obstáculos ou algum ponto menos positivo nesta aventura de ter um blog?

Falta de vontade, pura e cristalina. Se não me apetece escrever, não escrevo. E às vezes dura um dia, outras uma semana, já devo ter passado um mês sem escrever no blogue. Se um dia desaparecer, vai ser porque simplesmente deixou de me apetecer. Nunca tive casos de anónimos enraivecidos, ou uma experiência negativa que me tivesse aborrecido. Se houver um obstáculo, vou ser eu.


O que aconselharias a alguém que está a começar um blog?

Não tenho conselhos a dar, até porque existem vários motivos para se começar e manter um blogue e não acredito que haja uma receita para toda a gente.
Mas tenho um desejo. Que se separe bem as águas.
Que os blogues comerciais assumam aquilo que são, e abertamente declarem que estão a vender ou a fazer publicidade. Que deixem de ser amadores ou chicos espertos.
E que os outros, como o meu, que estão aqui sem saber muito bem para quê, que o façam o mais honestamente possível, que não sigam os conselhos dos outros - lá está - nem percam muito tempo à procura de inspiração noutros blogues. Até porque isso é meio caminho andado, para perderem autenticidade e copiarem mais do que seguirem o seu próprio caminho.


Vale a pena ter um blog?

Para mim vale. Faz-me pensar - não tenho provas a mostrar, mas é verdade - receber elogios e, acima de tudo, permite-me conhecer pessoas, que actualmente contam mais na minha vida do que muitas que cruzo todos os dias, e com acabo por ter relação mais virtuais do que na internet.
Já disse que adoro gente bizarra ?






1 comentário:

  1. Ah.. Eu sou gente estranha e ainda bem! Gosto muito do blog da Carla! Monólogos como os dela são sempre bem-vindos!

    ResponderEliminar