2/28/2014

Era uma vez uma diva, #12

Eu tentei. Falei-lhe do carnaval e do que se faz nesta época. Da alegria dos disfarces e da oportunidade única de sermos outra coisa qualquer, uma vez por ano.
Mostrei-lhe um disfarce de Frida Khalo, ela disse que sim. Comprei as flores para o cabelo, passei a ferro uma saia colorida e dobrei um lenço para lhe pôr aos ombros. Imaginei-a linda de morrer, toda mexicana com aqueles olhos pestanudos e colares gigantes.
Como plano B tinha uma capa de joaninha para pôr às costas, era só vesti-la de preto e pintar-lhe a cara, caso algo acontecesse com a Frida. Nada podia correr mal, afinal uma mãe prevenida vale por quinhentas.
O dia chegou. Bom dia alegria, hoje é carnaval! Vamos ser a Frida?
Não.
Mas.. tu gostaste tanto... olha que divertido, quanta cor...  Os fios de missangas!
Não.
E joaninha? Sabes, o bichinho fofinho que vimos lá no parque? Queres ser uma joaninha não é?
Não.
Oh  Bel, vá lá. Olha a mãe a fazer a dança! 'Joaninha voa voa que o teu pai vai para lisboa'. Que giro não é?!
Não.
Então? Queres ser um índio?
Não.
A Pepa pig?
Não.
Um ovo kinder?
Não.
Então? De que te queres mascarar tu?
De Bel.

Como é que não previ isto? Que inocência a minha...

Diva que é diva não desperdiça uma oportunidade para ser ela própria. 

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