4/21/2015

Vamos falar de desmame

Desmame é uma palavra horrível. Lembra-me sempre pessoas a deixar medicação e coisas que tais.
Deixar de mamar, parar de mamar, largar a mama, vá como preferirem. Qualquer uma destas é melhor. Por cá aconteceu dia 17 de Abril deste ano, naturalmente e sem imposições, como sempre desejei (e acredito que ela também).
Ás vezes dá saudades, ai se dá, daquele quentinho, das festinhas que me dava na cara nestes momentos, do cheiro do cabelo dela ali tão perto, de pegar nela como se fosse (e se era) o meu bebé.

Mas depois, epá, e tinha mesmo de escrever um "epá" aqui, um epá de alívio, de mãos para baixo, de sorriso de orelha a orelha e braços no ar. É que é uma sensação de liberdade, 3 anos e meio depois, reaver o meu próprio corpo, que nem se explica.

E no fundo são duas sensações tão díspares (a de saudades do passado e de alegria pelo presente) e tão igualmente fortes que acabam por se complementar e deixar o meu coração numa paz perfeita e completa.
Na verdade durou o que tinha que durar, o suficiente para me deixar exausta mas não demasiado para ter deixado tantas saudades.

E o mais curioso disto tudo é que ela deixou de mamar no mesmo dia em que a minha avó nos deixou, doze anos antes. Lei de Lavoisier. A vida é mesmo mágica.

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