1/27/2013

Sopa de cebola para homens constipados com croutons caseiros

Se vivem com um homem em casa (ou são um deles) sabem a tragédia e a catástrofe que é estar constipado. Sabem como a tosse dói, a tortura que é um nariz a pingar, o sacrilégio que é espirrar. Sim, um homem constipado é motivo mais que suficiente para lamentações deste mundo e do outro. E também é motivo para uma receita que, acreditem, é infalível para lhes atenuar os motivos de queixa.
Fiz esta sopa de cebola ontem à noite para o jantar dele e não tossiu a noite toda. 
Placebo ou não, vale a pena. Pela sanidade deles e... pela nossa também :-) Não percam a Sátira aos HOMENS quando estão com gripe, do António Lobo Antunes, no final do post :-)

Para 2 pessoas:

8 cebolas
Uma cabeça de alho
cerca de 1 litro de água
1 colher de chá de Curcuma (ou açafrão das Índias, para acentuar a absorção das propriedades da cebola nas nossas vítimas favoritas)
Pimenta preta 
Sal q.b.
Azeite ou ghee
Massa estrelinhas

♥ 1- Depois de se fartarem de chorar a descascar as cebolas (podem sempre dizer que é em solidariedade com a constipação dele) deitem-nas, juntamente com o alho, bem picadinhos (podem triturar num robot de cozinha) numa panela com um pouco de azeite ou ghee.
♥ 2- Deixa-se cozinhar por cerca de 45 minutos /uma hora, deve ficar quase uma pasta, mudar de cor, queimar um pouquinho, e então junta-se a curcuma e a pimenta. 
♥ 3- Deixem cozinhar mais uns cinco minutos e então juntem a água a ferver (podem juntar antes caldo de carne ou legumes para ficar ainda mais saborosa) e as massinhas.
♥ 4- Deixa-se cozinhar as massas e reduzir um pouco, mais ou menos 15 minutos. Retificam-se os temperos e está pronta.
Serve-se com croutons por cima. 

Para croutons caseiros:
Corta-se pão aos quadrados. Frita-se numa frigideira anti-aderente com um fiozinho de azeite até ficar tostadinho- e já está! :-)


Poção magica


Sátira aos HOMENS quando estão com gripe

Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sozinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.


Sem comentários:

Enviar um comentário