9/02/2013

Uma escola livre


Já tínhamos encontrado duas escolas que eram opções viáveis mas algo ainda não estava a 100%. Não é só por serem menos perto de casa. Não é que não tivessem bons espaços. Não é que as directoras não fossem simpáticas...
Há só algo neste sistema educativo instalado que, simplesmente, não encaixa bem connosco. E se já o sentíamos em Portugal, esta mudança permitiu que na nova demanda escolar saíssemos da zona de conforto e fizéssemos uma lista do que não queríamos e do que nos era essencial.

Não queremos:
Fardas nem uniformes.
Escolas em andares ou prédios
Sítios sem pátios ou jardins
Salas sem luz natural
Obrigações e metas padronizadas para as crianças
Aulas de psicomotricidade (deixem-nas soltas e felizes, a brincar aprenderão melhor)
Aulas de inglês (caramba, nem dois anos tem, para se familiarizar com a língua basta-lhe ver a peppa pig em casa)
Aulas de educação emocional (nesta idade... é só a maior banha da cobra de sempre)
Actividades a todas as horas, em todos os dias (Queremos espontaneidade, que seja criativa, que escolha fazer o que mais lhe convém e com quem lhe apetece e seja direccionada nas suas preferências)
Salas fechadas, campainhas, pouca comunicação.
A obsessão pela aprendizagem, aprender coisas, coisas, números, cores, coisas, decora, repete, diz-outra-vez-para-a-mãe-ouvir, coisas, coisas, coisas, pinta dentro do desenho, números, verbos... Há tanto tempo para isso...


Queremos:
Um sítio onde olhem por Ela, onde a alimentem em todos os sentidos. Onde não falte a segurança de se saber querida, onde não haja rigidez e muito menos falta de afecto. Sobretudo queremos um espaço cheio de amor, onde as crianças sejam tratadas como seres humanos e não como telas em branco sem aspirações próprias e vontades distintas. Queremos que cante, que dance, que seja feliz e mantenha sempre aquele brilho no olhar. Que coma se lhe apetecer, que durma se estiver cansada, que pinte se quiser, que deixe a fralda quando estiver preparada. Que nunca se compare aos outros, que goste das pessoas e se sinta em casa no mundo. Que seja feliz. Que seja amada. Que seja respeitada e que a sua condição de criança potencie tudo isto e muito mais, e não o contrário. Em suma... Queremos uma escola livre. No sentido lato da palavra. E encontrámos- pede e receberás- Não é genial?


3 comentários:

  1. Isto é lindoooo :)))) Também quero uma escola livre! Sejam felizes!!!

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  2. Boa, boa! :D Também somos fãs de escolas assim e também tivemos a sorte de encontrar uma :)

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  3. Sim, Su, as escolas livres deveriam ser para todos, em todas as etapas. :-) P., eu bem sei que sim, nem poderia ser de outra forma <3

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